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O que PDF's, artigos, POP's, dizem sobre Sondagem Nasogástrica?

A dieta é fornecida por meio de uma sonda introduzida pelo nariz ou boca, passando pelo esôfago e sendo posicionada no estômago.


A sondagem nasogástrica é um procedimento onde a enfermagem tem participação direta e efetiva, de extrema relevância, pois quando algumas medidas não são tomadas podem trazer desconforto ou até mesmo complicações graves para o paciente. 

As primeiras tentativas de instilação intragástrica de alimentos foram realizadas por Hunter em 1776, com auxílio de um tubo rígido; é uma técnica antiga, mas ainda hoje há opiniões variadas entre alguns autores no que se refere a inserção, teste, fixação e retirada da sonda nasogástrica (SNG). 
Uma síntese dos diversos passos desse procedimento está apresentada na imagem 01.

Quem pode inserir a Sonda Nasogástrica?

A sondagem nasogástrica, procedimento indicado por clínicos e cirurgiões, pode ser realizado por:
  • Enfermeiro. 
  • Técnico de enfermagem. 
  • Auxiliar de enfermagem.
A Resolução do COFEN Nº 0453/2014 determina que é responsabilidade do enfermeiro participar da escolha da via de administração da NE em consonância com o médico responsável pelo atendimento ao paciente e a equipe multidisciplinar de terapia nutricional, pois o paciente poderá apresentar complicações graves, tais como: introdução inapropriada na árvore traqueobrônquica e pneumotórax (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2014).

Segundo a referida Resolução, o enfermeiro deve estabelecer o acesso enteral por via oro/gástrica ou transpilórica para a administração da NE, conforme procedimentos pré-estabelecido, assegurando o posicionamento adequado, por avaliação radiológica (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2014). 

O procedimento tem por finalidades o quê?

  • A drenagem do conteúdo gástrico, a m de aliviar distensão abdominal em pós-operatórios. 
  • Prevenir broncoaspiração. 
  • A drenagem de sangue, gases e secreção gástrica. 
  • Administrar medicamento, como exemplo o carvão ativado. 
  • Em casos de obstrução intestinal ou pós-cirurgia (íleo paralítico), prevenir ou aliviar náuseas, vômitos ou distensão. 
  • E como finalidade diagnóstica, a análise do conteúdo gástrico, em várias situações como, por exemplo, em situações de intoxicação exógena. 

Quais as contraindicações?

  • Atresias e estenose de esôfago. 
  • Varizes esofagianas sem sangramento (a sonda pode ferir as varizes, ou deslocar coágulos). 
  • Pós-operatórios de cirurgias realizadas via transnasal. 
  • Disjunção craniofacial (Lefort) devido ao risco de invasão cerebral com a sonda. 
  • Fratura de base de crânio. 
  • Fraturas de nariz e de face. 
  • Distúrbio de coagulação.

Quais os tipos de Sonda?

Sonda de Levine
Possui uma luz única, manufaturada com plástico ou borracha, com aberturas localizadas próxima à ponta. Essas sondas são rígidas, desconfortáveis, podem provocar irritação e inflamação da mucosa da nasofaringe e esôfago, e, ainda, lesões nasais.

Por terem diâmetro externo maior, elas prejudicam também a capacidade do esfíncter esofagiano, aumentando o risco de refluxo e aspiração. Devem ser substituídas por sondas de poliuretano ou silicone na primeira troca (prazo máximo de 48 horas) (DREYER; BRITO, 2003).

Sondas de poliuretano ou silicone 
São flexíveis e causam menos danos à mucosa do paciente. Deve-se utilizar o número 8 ou 12. Reservar a sonda de maior diâmetro (12) para pacientes recebendo várias medicações pela sonda ou necessitando de controles frequentes do volume residual gástrico.

Com uma manutenção adequada, as sondas para nutrição enteral têm uma durabilidade de aproximadamente 30 a 60 dias (poliuretano) e seis meses (silicone) (DREYER; BRITO, 2003).

Administrando a dieta enteral

A dieta enteral pode ser administrada por método intermitente ou contínuo. Na administração intermitente o volume a ser administrado varia em torno de 350 ml/vez, de 4 a 6 vezes ao dia. 

A introdução da alimentação pode ser feita com uma seringa, com fluxo lento, para evitar a ocorrência de náuseas, diarréia, aspiração, distensão e cólicas. A melhor forma desse tipo de administração é o gotejamento por gravidade, num período de 20 a 30 minutos, ou por bomba de infusão.

A administração contínua pode ser feita por meio de gotejamento gravitacional. Neste caso, deve-se estabelecer rigoroso controle do gotejamento (aproximadamente a cada 30 minutos).


A maneira mais segura é a administração por meio de bomba de infusão, com fluxo de gotejamento constante - mais indicada quando do uso de sondas enterais transpilóricas, haja vista que o duodeno e o jejuno são mais sensíveis à concentração e ao volume do que o estômago.

Devido as diversidades de condutas, vários problemas são relatados, tais como: 

a) soluços, náuseas e vômitos;
b) esofagite de reflexo;
c) estenose de esôfago;
d) complicações respiratórias;
e) espoliação hidroeletrolítica; 
f) parotidite, sendo que alguns desses são raros.

O posicionamento incorreto ou má utilização da sonda bem como o seu uso imprudente ou prolongado são as causas mais frequentes desses problemas.

Existem dois tipos de sonda

a) Sonda Nasogástrica Aberta
Essa sonda é utilizada para drenar líquidos que estão dentro do estômago, tais líquidos são classificados conforme sua cor. 

Geralmente, esse procedimento é feito após alguma cirurgia onde o sistema digestivo do paciente precisa de repouso, também em casos de intoxicação exógena onde o produto ingerido precisa ser eliminado do organismo o mais rápido possível.

b) Sonda Nasogástrica Fechada
Essa sonda é utilizada para alimentação quando, por alguma razão, o paciente não pode se alimentar pela via oral, os exemplos mais comuns de casos em que é necessária a utilização dessa sonda são: Câncer de língua, garganta; Anorexia; Repouso pós operatório. 

Como colocar a sonda nasogástrica e quais os materiais necessários.


Considerações Finais

Algumas observações importantes para o procedimento descrito:
  • A higienização das mãos segue padronização do SCIEH de cada instituição de saúde. 
  • O descarte de material segue padronização do SCIEH de cada instituição de saúde. 
  • Atentar para queixas álgicas.
  • Lavar a sonda a cada quatro horas ou conforme a prescrição médica, com água filtrada para evitar a obstrução da sonda. O volume de água dependerá da situação clínica do paciente, sua idade e patologia, devendo ser seguida a prescrição médica e de enfermagem.
  • Observar e registrar o aspecto do líquido drenado.
  • Manter o recipiente de drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a drenagem (sistema de sifonagem).
  • Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente na fixação da sonda, para evitar trauma e necrose.
  • Trocar a fixação e a posição da sonda diariamente.
  • Caso o paciente apresente vômito, distensão abdominal ou estiver em situação de reanimação cardiopulmonar, abrir a sonda gástrica e, se necessário, aspirar o conteúdo gástrico com uma seringa.
  • Ao retirar a sonda gástrica, puxá-la continuamente, de preferência com uma seringa (pedir ao paciente consciente que degluta antes um pouco de água para lubrificação do aparelho), ou fechar a sonda durante a retirada evitando o escoamento de conteúdo gástrico (pelos orifícios da sonda), no trato digestivo alto, fato que provoca a irritação da mucosa.
  • Alguns pacientes podem possuir desvio de septo, sendo importante não forçar a passagem da sonda. A região interna do nariz é bastante vascularizada, e facilmente podem acontecer sangramentos.
  • No caso de resistência pela via nasal, a via orogástrica poderá ser utilizada.
  • Segundo o Regulamento da Terapia Nutricional, que foi instituído pela Resolução do Cofen no 277/2003, artigo 5, ao Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem poderá ser delegada a introdução de sonda nasogástrica sem introdutor, administração e monitorização de infusão, sob orientação e supervisão do enfermeiro.

Fonte: 
1. GIR, E. et al. Sondagem nasogástrica - técnica simples? Rev. Bras. Enf., Brasília, 38 (3/4): 266-274, juL/ dez. 1985.
2. Portal Educação.
3. Técnicas de Enfermagem
4. Semiotécnica em Enfermagem  
5. Profissionalização de Auxiliares de Enfermagem

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