Saiba (de uma vez por todas) as funções do Enfermeiro e do Técnico de enfermagem na passagem de sonda vesical
A inserção de cateter vesical é função privativa do Enfermeiro, em função dos seus conhecimentos científicos e do caráter invasivo do procedimento, que envolve riscos ao paciente, como infecções do trato urinário e trauma uretral ou vesical.
Até 2013, cerca de 10% dos pacientes hospitalizados necessitavam utilizar a Sondagem Vesical (introdução de cateter estéril de alívio/intermitente ou de demora, através da uretra até a bexiga, para drenar a urina) devido alterações na função urinária. Contudo, observou-se um alto índice de casos de Infecção do Trato Urinário (ITU).
Em virtude disso, um grupo de Enfermeiras pesquisadoras, em 2013, publicou uma revisão bibliográfica sobre sonda vesical (cateterismo urinário). Na publicação, percebeu-se que não havia um consenso entre os profissionais de enfermagem em diversos aspectos da técnica de cateterismo urinário quanto a higienização periuretral, a indicação de técnica estéril e a manutenção do cateter.
Para normatizar o procedimento, o Cofen publicou em 11 de dezembro de 2013 a Resolução nº 450 que estabelece as competências da equipe de Enfermagem em relação ao procedimento de Sondagem Vesical. De acordo com a Resolução nº 450, seguem as atribuições do Enfermeiro e do Técnico de Enfermagem:
1. Enfermeiro
Segundo o Parecer Normativo, aprovado pela Resolução, é de competência do enfermeiro a inserção de cateter vesical. Lembrando que tal procedimento é função privativa do Enfermeiro, em virtude:
a) Dos seus conhecimentos científicos: No curso de Enfermagem, matérias como Microbiologia, Imunologia e Semiologia são vistas de forma mais aprofundadas, o que acaba fornecendo princípios científicos mais consistentes à realização da antissepsia local, por exemplo, evitando a contaminação.
b) Do caráter invasivo do procedimento: Pelo fato de penetrar ou invadir o organismo, o procedimento pode promover riscos ao paciente, como infecções do trato urinário e trauma uretral ou vesical. Logo, sua realização deve ser muito criteriosa.
Desta forma, a sonda vesical não pode ser delegada ao profissional de nível médio, é um ato privativo do Enfermeiro.
2. Técnico de Enfermagem
De acordo com as disposições legais da profissão e sob supervisão do enfermeiro, o Técnico de enfermagem é responsável por realizar atividades prescritas pelo enfermeiro no planejamento da assistência, tais como:
a) Monitoração e registro das queixas do paciente, das condições do sistema de drenagem e do débito urinário;
b) Manutenção de técnica limpa durante o manuseio do sistema de drenagem e coleta de urina para exames;
c) Monitoração do balanço hídrico - ingestão e eliminação de líquidos;
d) E retirada de sonda vesical de demora, desde que capacitado, observando-se os procedimentos operacionais padrão e os protocolos institucionais de cada instituição.
Vale lembrar que, nos casos de cateterismo vesical intermitente domiciliar, é dever do Enfermeiro instruir o paciente sobre a forma correta de fazer o autocateterismo intermitente (para promover o autocuidado). Caso o paciente não possua condições para o autocuidado, o Enfermeiro pode orientar o familiar a realizar o procedimento.
Fonte:
1. SILVA. Luciano. PARECER DE CONSELHEIRO. Cofen. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/parecer-de-conselheiro-n-063-2018_61757.html>. Acesso em: 20 de Janeiro de 2019.
2. SLVA, Luciano. PARECER DE CONSELHEIRO: Retirada de Sonda Vesical de Demora por Técnico de Enfermagem. Cofen. Disponível em: . Acesso em 22 de Janeiro de 2019.
3. Ercole FE, Macieira TGR, Wenceslau LCC, Martins AR, Campos CC, Chianca TCM. Revisão integrativa: evidências na prática do cateterismo urinário intermitente/demora. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. jan.-fev. 2013 [acesso em: 23 de Janeiro de 2019].
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