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06 Perguntas sobre Convulsão que você precisa saber a resposta

A convulsão não é transmissível (não se pega pela saliva ou o que quer que seja), não havendo motivo para evitar contato com pessoas que sofreram algum distúrbio convulsivo ou discriminá-las.


A convulsão é um período clínico anormal resultante de uma exacerbada descarga elétrica, repentina ou anormal no encéfalo. Em outras palavras, um ataque ou convulsão pode ser uma contração repentina, violenta e incontrolável de um grupo de músculos como desvio dos olhos ou tremores.
Já aconteceu com você de alguém, do nada, cair perto de você e começar a se debater? Ou de uma criança conhecida sua ter convulsão durante a noite? É indiscutível que o desespero se instala em um momento desses. Contudo, o desespero não é a melhor solução para essa situação, é necessário que as pessoas ao redor avaliem as circunstâncias pelas quais a crise foi desencadeada e apresentem habilidades técnicas e conhecimento científico suficientes para ajudarem o mais rápido possível e da melhor forma possível.



Mas o que seria Convulsão? Sabe aquele pane que deu no seu computador depois daquela noite de chuvas e raios e, se o estabilizador não intervisse, seriam queimados o computador, a impressora etc. Assim é a cabeça de uma pessoa durante uma crise convulsiva. A convulsão é quase como um curto-circuito no cérebro, é como se desse um pane no cérebro, aí, para ele não queimar algumas memórias ou ocasionar algum problema maior para a pessoa, o cérebro força esse curto-circuito, como se fosse um estabilizador.

Essa é uma forma simplista de entender esse sintoma, no entanto, entenda mais afundo o assunto ao decorrer do artigo.

1. O que é uma Convulsão (Crise Convulsiva)?


A convulsão é um período clínico anormal resultante de uma exacerbada descarga elétrica, repentina ou anormal no encéfalo. Em outras palavras, um ataque ou convulsão pode ser uma contração repentina, violenta e incontrolável de um grupo de músculos, ocasionando sinais como desvio dos olhos ou tremores. Sua duração é, em média, de 01 a 02 minutos, mas pode chegar até a 05 minutos. 

A convulsão também pode ser mais sutil, consistindo apenas de uma breve "perda de contato" ou alguns momentos em que a pessoa parece estar sonhando acordada. O termo convulsão é usado para designar um sintoma, já epilepsia indica a recorrência desse sintoma. Assim, nem todos que tiveram uma crise convulsiva são portadores de epilepsia. Após sofrer a convulsão, a pessoa muitas vezes não lembra do ocorrido, além disso, demonstra sensações como cansaço e confusão.

2. As crises convulsivas podem matar?


Convulsão em criança pequena (o grupo mais atingido) pode matar, principalmente se não houver quem possa acudi-la e levá-la a um serviço médico. No entanto, algumas pessoas adultas também podem vir a óbito em virtude do sufocamento por saliva ou por falta de ar. Logo, dependendo do grau, intensidade e faixa etária, as crises convulsivas podem causar sequelas por toda a vida. Por isso, continue lendo o artigo para saber o que deve e o que não deve ser feito em casos de crise convulsiva.

3. O que pode desencadear uma Crise Convulsiva?


Qualquer convulsão, leve ou grave, é causada por funcionamento anormal repentino do cérebro. Contudo, são diversas as causas que podem provocar uma crise convulsiva, tais como:

a. Tumor cerebral (30% a 40% dos pacientes com tumores cerebrais têm convulsões) 
b. Febre alta (insolação e infecção). 
c. Infecções do cérebro (malária, raiva, meningite, sífilis, tétano, toxoplasmose, encefalite, etc). 
d. Distúrbios metabólicos (hipoparatireoidismo, níveis elevados de sódio ou açúcar na corrente sanguínea; níveis baixos de açúcar, cálcio, magnésio ou sódio no sangue; etc). 
e. Exposição a drogas ou substâncias tóxicas (álcool, anfetamina, cânfora, estricnina, overdose de cocaína, etc). 
f. Oxigenação insuficiente do cérebro (intoxicação por monóxido de carbono, afogamento parcial, sufocação parcial, fluxo sanguíneo inadequado para o cérebro, tumor cerebral, etc). 
g. Abstinência após utilização excessiva de algumas substâncias (álcool, medicamentos para dormir e tranquilizantes). 
h. Reações adversas a medicamentos de receita obrigatória. 
i. Outras doenças (eclampsia, encefalopatia hipertensiva e lúpus eritematoso).


4. Como as crises convulsivas podem ser classificadas?


a. Crises generalizadas brandas: alterações motoras em todos os membros (paciente se debate), sem a perda da consciência do paciente. 
b. Crises generalizadas graves: conhecidas como crises tônico-clônicas ou “Grande Mal”, caracterizam-se pela perda da consciência com aumento da produção de saliva. 
c. Convulsão parcial: também conhecida como focal, ocorre após uma descarga focal, envolvendo apenas uma região do cérebro.
d. Convulsão parcial com generalização secundária: pacientes com crises focais ou parciais podem apresentar generalização da descarga neuronal, resultando em crise generalizada grave.

Algumas características do ataque podem indicar qual o tipo de convulsão a vítima sofreu. É importante observar se a cabeça se torceu, o pescoço ficou rígido os olhos giraram ou rodaram? havia baba ou espuma na boca? havia movimentos de mastigação ou estalo dos lábios? houve alguma alteração na consciência? a vítima mordeu a parte interna da bochecha, a língua ou os lábios? houve perda de controle dos movimentos da bexiga ou intestinos? 

Se não houve nenhuma contração, apenas uma perda de consciência repentina, como em um desmaio, e a vítima tiver recobrado os sentidos logo após se deitar, então deve ter sido um desmaio. Em um ataque epilético, a vítima pode levar minutos ou até horas para se recuperar.

5. Como agir perto de pessoa com Crise Convulsiva (qual a técnica utilizada):


Durante a crise convulsiva

a. Não mover a vítima, a menos que esteja em perigo.
b. Mover objetos: Retire de perto qualquer objeto que possa causar ferimentos.
c. Proteger a cabeça: não tente imobilizar o corpo da vítima, mas proteja-a de choques e impactos com a ajuda de um pano. Não coloque nada em sua boca, mesmo que ela morda a sua língua, ela não vai engoli-la (engolir a língua durante a crise convulsiva é um mito).

Depois da crise convulsiva

d. Monitorar a respiração: Depois da crise, se a vítima estiver inconsciente, incline sua cabeça para trás para garantir que as vias aéreas estejam livres de obstruções e verifique sua respiração.
e. Posição lateral de segurança: Deite a vítima de lado, na posição lateral de segurança para que ela não se engasgue com saliva. Certifique-se de que ela esteja respirando normalmente. Acompanhe a vítima até que ela recupere a consciência, isso pode levar alguns minutos.
f. Serviços de Emergência: Chame serviços de emergência como o SAMU 192 e não deixe de informá-los se a crise tiver durado mais que 5 minutos ou se houve mais de 1 crise, se a vítima for uma criança, se a vítima não tiver recuperado a consciência ou se essa for a primeira crise convulsiva da vítima.

Vídeo que apresenta a técnica correta

6. O que não se deve fazer com vítimas de crise convulsiva?


a. Não se deve restringir a vítima, imobilizando pernas e braços, pois isso pode causar fratura; 
b. Não se deve colocar nada entre os dentes da vítima durante um ataque (inclusive os dedos); 
c. Não mover a vítima, a não ser que esteja em perigo ou próxima a algo perigoso;
d. Não tentar fazer com que a vítima pare a convulsão - ela não tem controle sobre si mesma durante um ataque; 
e. Não aplicar respiração de salvamento, mesmo se a vítima estiver se tornando azulada. A maioria dos ataques termina antes de começarem os danos cerebrais; 
f. Não administrar nada por via oral para a vítima até que as convulsões tenham parado e ela esteja totalmente acordada e alerta.




Fonte:
1. NASCIMENTO, Andréa Dias. PERFIL DOS CASOS DE CRISE CONVULSIVA ATENDIDOS NO RONTO ATENDIMENTO INFANTIL DE MACAPÁ NO ANO DE 2013. Universidade Federal de Santa Catarina, 2014.
2. SOUZA, Adélia Henriques. Mitos e verdades de Epilepsia. Liga Brasileira de Epilepsia. Disponível em: http://epilepsia.org.br/mitos-e-verdades-de-epilepsia/. Acesso em: 29 de Dezembro de 2018. 

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