Pular para o conteúdo principal

Primeiros Socorros: 05 respostas sobre Afogamento

CASOS DE AFOGAMENTO SÃO MUITO MAIS COMUNS DO QUE PARECE. UMA ATITUDE RÁPIDA E CORRETA PODE SIGNIFICAR A DIFERENÇA ENTRE A VIDA E A MORTE EM UM ACIDENTE DESTE TIPO.


CASOS DE AFOGAMENTO SÃO MUITO MAIS COMUNS DO QUE PARECE. UMA ATITUDE RÁPIDA E CORRETA PODE SIGNIFICAR A DIFERENÇA ENTRE A VIDA E A MORTE EM UM ACIDENTE DESTE TIPO.

Quem nunca ouviu a história que aconteceu com o filho pequeno de uma conhecida, o qual, após um momento de desatenção dos adultos, se afogou na piscina de sua casa? Infelizmente, acredito que muitas pessoas. Há quem diga que a morte por afogamento é a pior que existe. Todos entram em desespero e agonia em uma situação de afogamento, contudo, o primeiro atendimento pode fazer toda a diferença em acidentes como esse.

Assim, se não houver um salva-vidas no local em que você estiver, é importante saber essas 05 respostas sobre Afogamento. Confira!  

1. Quais os sinais de que uma pessoa está se afogando?

Os sinais de que uma pessoa está se afogando nem sempre são como aqueles dos filmes, os quais a pessoa grita incessantemente pedindo socorro. Os principais sinais são: a pessoa não consegue pedir socorro, não consegue acenar, mantém o corpo vertical, perde o foco e não parece aflita.

Isso se confirma ao lembrarmos as informações da morte do ator da rede Globo, Domingos Montagner, segundo relatado por Camila Pitanga. A mesma dizia que o ator não nadava, não saia do lugar e não falava nada, apenas mantinha o semblante de assustado.

Além disso, sabemos que crianças normalmente fazem muito barulho quando estão brincando na piscina, logo, se o local estiver em muito silêncio, atenção, isso pode ser um sinal de alerta.

2. Como o corpo reage em um Afogamento?

No início do afogamento, a pessoa se debate, tentando se manter na superfície. Ela prende a respiração o quanto pode, mas, depois de alguns minutos, aspira, sem querer, pequenas quantidades de água. Em um primeiro momento, isso provoca o fechamento da laringe, tal ação é um mecanismo de defesa do corpo (contudo, em casos mais raros, podem ocorrer espasmos na laringe, que também ocasionam o afogamento - chamado afogamento a seco).

No entanto, depois de algum tempo, a laringe relaxa e a pessoa involuntariamente respira debaixo d’água, aspirando e engolindo grande quantidade de água. Parte do líquido vai para o estômago e o restante segue o mesmo caminho do ar: percorre a traqueia e chega aos pulmões, passando por brônquios, bronquíolos e alvéolos. 

Com o pulmão encharcado, a troca gasosa não funciona mais e isso acaba causando, gradativamente, danos em todos os tecidos, principalmente nos que precisam de mais ar, como o tecido nervoso. O cérebro é gravemente lesionado e a pessoa fica inconsciente. 

Depois de chegar aos alvéolos, a água entra no sangue e penetra nos glóbulos vermelhos, destruindo-os. Com isso, o potássio presente nos glóbulos vermelhos vaza para o plasma sanguíneo. Em concentração elevada, o potássio é fatal, pois impede a transmissão dos impulsos nervosos e, assim, a contração muscular. Com isso, o coração pode parar de bater.



3. Qual é a Técnica de Primeiros Socorros em um Afogamento?

Antes de falar sobre a técnica, é preciso lembrar que o resgate imediato e apropriado nunca deve gerar uma situação em que ambos (vítima e socorrista) possam se afogar, sabendo que a prioridade no resgate não é retirar a pessoa da água, mas lhe oferecer um meio de apoio que poderá ser qualquer material que flutue, ou ainda, o seu transporte até um local em que esta possa ficar em pé.

Assim, observando cuidadosamente o acidente, a profundidade do local, o número de vítimas envolvidas e o material disponível para o resgate, retire a vítima da água!

a. Para leigos:
Se você for leigo no assunto, a retirada da vítima pode ser feita, primeiramente, sem a sua entrada na água (caso seja possível), estendendo qualquer material a sua disposição que possa boiar na água. Não se deve atirar nada que possa vir a ferir a vítima. Em casos de dispor de um barco para o resgate, sendo este com estabilidade duvidosa, a vítima não deve ser colocada dentro do mesmo, pois estará muito agitada. 

b. Para profissionais:
Contudo, se for necessário a entrada e você tenha habilidade e preparo físico, você deve se certificar que a vítima está visualizando-o. Ao ocorrer em uma piscina, a entrada deve ser diagonal à vítima e deve ser feita da parte rasa para a parte funda. Sendo no mar ou no rio, a entrada deve ser diagonal à vítima e também diagonal à corrente ou à correnteza, respectivamente. 

A partir daí, a uma distância média de 02 metros da vítima, o socorrista vai se identificar e tentar acalmar a vítima. Caso consiga, dar-lhe-á instruções para que se posicione de costas habilitando uma aproximação sem riscos. Entretanto, se não conseguir, deve mergulhar e boiar nas costas da vítima.

Em seguida, o socorrista deve fornecer algo em que a vítima possa se apoiar (se possível), então o socorrista se aproximará fisicamente e segurará a vítima fazendo do seguinte modo: O braço de dominância do socorrista deve ficar livre para ajudar no nado, já o outro braço será utilizado para segurar a vítima , sendo passado abaixo da axila da vítima e apoiando o peito da mesma, essa mão será usada para segurar o queixo do afogado de forma que este fique fora da água. O socorrista não pode permitir que a vítima o agarre, se ocorrer, afunde para a vítima lhe soltar!

Vídeo demonstrando a abordagem na água

Dependendo do estado da vítima, há duas situações a considerar:

1º Situação: a vítima está consciente
a. Posição de conforto: Coloque a vítima em uma posição confortável.
b. Cubra a vítima: Cubra-a e dê a ela roupas secas.
c. Serviços de emergência: Chame os serviços de emergência, pois a vítima deve ser examinada em todos os casos. Isso porque o líquido aspirado pode causar o afogamento secundário (mais prevalente em crianças) que acontece devido ao inchaço das vias respiratórias causado pelos líquidos ainda presentes nos pulmões algumas horas após o acidente, diferente do afogamento a seco que é imediato.

2º Situação: a vítima está inconsciente
a. Estado de consciência? Deite-a de costas e verifique seu estado de consciência.
b. Respiração normal? Incline a cabeça da vítima para trás (mas, se a vítima apresentar traumatismo cervical, NÃO FAÇA ISSO), para abrir suas vias aéreas, e analise sua respiração. Tente ouvir ou sentir o ar nas bochechas, ou observar movimentos respiratórios no tórax.
c. Serviços de emergência: Chame os serviços de emergência como SAMU (192) ou o Corpo de Bombeiros (193), pois cada minuto perdido diminui muito a chance de recuperação.
d. Agir conforme o estado da vítima: Adotar as medidas necessárias conforme o estado da vítima. Ou seja, se a vítima estiver respirando, coloque-a em posição lateral de segurança (decúbito lateral direito), cubra-a e a monitore até a chegada do socorro. Se ela não estiver respirando e sem pulso, peça para alguém procurar por um desfibrilador. Enquanto espera, comece a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), alternando 30 compressões por 02 respirações boca a boca, se você não souber fazer a respiração boca a boca, faça somente as compressões, mantendo um ritmo de 02 compressões por segundo.

Essas ações, entre outras coisas, evitam o risco de vômito da vítima, haja em vista que o vômito é maior inimigo do socorrista, pois o mesmo causa diversas complicações.  


Vídeo demonstrando a abordagem fora da água

4. Quais os sinais e sintomas que a vítima pode apresentar após o Afogamento?

a. Hipotermia (baixa temperatura corporal);
b. Náuseas, vômito e distensão abdominal;
c. Cefaleia, tremores;
d. Mal estar;
e. Cansaço;
f. Dores musculares;
g. Apneia (parada respiratória);
h. Parada cardiorrespiratória;

5. Como prevenir um Afogamento?

a. Após ingerir alimentos, espere no mínimo 1 hora para entrar na água;
b. Se ingerir bebida alcoólica, não entre na água;
c. Evite pular na água em locais desconhecidos, pois muitas pessoas se acidentam com a cabeça em pedras, galhos e no fundo de rios;
d. Procure banhar em locais onde haja salva-vidas, pois grande parte dos afogamentos acontece em locais desprotegidos;
e. Respeite a sinalização do local e as orientações dos salva-vidas;
f. Converse com o salva-vidas antes de entrar na água. Ele pode fornecer dicas valiosas sobre correnteza, buracos e locais de maior risco para o banho.


Fonte:
1. BELTRAME, Beatriz. Sabia que é possível se afogar mesmo sem estar dentro da água? Tua saúde. Disponível em: . Acesso em 7 de Janeiro de 2019.
2. CANAZART, Caroline. O que os pais e mães precisam saber sobre afogamento secundário. Disponível em: . Acesso em: 7 de Janeiro, 2019.  
3. CASTRO, Rachel. Afogamento real não é como é nos filmes: 5 sinais de alerta. Disponível em: . Acesso em 8 de Janeiro, 2019.
4. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO. Prudência é essencial para evitar afogamentos. Governo do estado do Espírito Santo. Disponível em: . Acesso em: 7 de Janeiro, 2019.
5. SZPILMAN, David. Urgências por afogamentos em piscinas - O que fazer? SOBRASA. Disponível em: . Acesso em: 7 de Janeiro, 2019.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

06 Atribuições do Enfermeiro na Unidade Básica de Saúde (UBS)

Qual a função do enfermeiro em uma Unidade Básica de Saúde? A enfermeira é aquela pessoa que faz as consultas? Posso comprar as medicações que a enfermeira prescreveu?  Essas, entre tantas outras, são perguntas que surgem na cabeça de várias pessoas a respeito do enfermeiro e suas atribuições na Unidade Básica de Saúde, visto que o profissional de enfermagem possuem diversas funções.  Contudo, e ste profissional desenvolve seu processo de trabalho em dois campos essenciais: na unidade de saúde, junto à equipe de profissionais, e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, bem como assistindo às pessoas que necessitam de atenção de enfermagem .  Assim, segundo o Ministério da Saúde, as atribuições básicas são: 1.   E xecutar, no nível de suas competências, ações de assistência básica de vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso 2.   D esenvolver a

07 Atribuições básicas dos Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde

Considerado a proximidade que possuem  com a comunidade, não há dúvidas quanto às suas atribuições , o  Agente Comunitário de Saúde (ACS) desenvolver á  suas ações nos domicílios de sua área de   responsabilidade e junto à unidade para programação e supervisão de suas   atividades.   E ntretanto, nem sempre esse profissional é considerado “membro efetivo” da Unidade Básica de Saúde (UBS) , por não participar das reuniões com demais profissionais (salvo com o enfermeiro), ou por não ter acesso ao prontuário e às informações. Além disso, muitos desconhecem suas funções. Dessa forma, segue logo abaixo um artigo com as 07 atribuições básicas dos Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde. 1 - Integrar equipe de saúde e população É atribuição dos ACS d esenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população abrangida pela  UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos soci

Quem faz parte da Unidade Básica de Saúde (UBS)?

Quem são os profissionais que atuam na UBS? Por que algumas UBS possuem mais profissionais do que outras? Existe uma quantidade mínima de funcionários para uma UBS?  Esses são alguns questionamentos que as pessoas têm sobre a estrutura de uma UBS. Logo, esse artigo tem como objetivo sanar tais dúvidas. >> O que é Unidade Básica de Saúde? Cada UBS contém  um grupo multiprofissional   com pelo menos um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem (ou auxiliar) e um  agente comunitário de saúde , sendo que esse grupo de profissionais recebe o nome de Equipe de Saúde da Família, cujas atribuições e definições são ditadas no âmbito do  Programa Saúde da Família .     Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais  pediatras e de s aúde b ucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. Segundo o Ministério da Saúde, c ada equipe deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a